A segurança comportamental na redução dos acidentes
Segurança para você é prioridade ou valor? As prioridades mudam, o que é prioridade hoje, não o será amanhã...
Valores não mudam! Então segurança tem de ser valor e não prioridade.
Muito tem se falado a respeito dos programas comportamentais na redução de acidentes. No entanto, os programas comportamentais não podem ser apenas de “fachada” como foram e são os programas de gestão, sob pena de não surtirem o resultado esperado.
Muitas empresas implantam seus programas comportamentais e, ainda assim, os acidentes continuam acontecendo... A mudança de cultura não é algo mágico que ocorre do dia para a noite, mas é uma mudança de atitude, com aceitação verdadeira e implementação de tudo o que foi visto nos treinamentos e sensibilizações.
Implantado o programa, uma regra de ouro deve ser observada: todos os eventos devem ser comunicados e investigados. O ato da investigação deve independer da gravidade do evento, pois o escorregão hoje, poderá ser o óbito de amanhã. As causas de um evento de queda na escada com quebra do pescoço é o mesmo daquele que desce uma escada sem pegar no corrimão. A diferença é a lesão.
É muito fácil reconhecer se o programa comportamental implantado na empresa funcionará... Basta verificar o comportamento dos trabalhadores ao sair dos portões da empresa.
Trabalhadores circulando fora das faixas de segurança, correndo e se arriscando no meio da rua, saindo com o veículo ou motocicleta em alta velocidade denotam que a segurança ainda não foi incorporada pelos trabalhadores.

Segurança não só se exercita dentro da empresa, mas fundamentalmente na vida privada. Atitudes simples como segurar o corrimão ao descer uma escada, isolar uma área molhada, utilizar ferramentas corretas para um trabalho indicam se o trabalhador incorporou a segurança realmente, ou somente é um ator durante seu dia de trabalho.
Autor: Antonio Carlos Vendrame – Engenheiro de Segurança do Trabalho e Perito Judicia (Jornal Segurito – Edição 89).