Komo é bon errar!
Escutei uma frase um dia desses que achei sensacional: Só temos duas possibilidades, ou acertamos ou aprendemos.
Mas porque o senhor está falando sobre isto?
Infelizmente, há uma ideia meio generalizada de que errar faz mal, que só erra gente incompetente, que o erro precisa ser escondido sob o tapete.
Não estou entendendo, professor? O senhor está falando que devemos errar.
Não exatamente, me deixa contar uma historinha que acho que ficará mais fácil de entender.

Logo que comecei a atuar na área de Segurança do Trabalho trabalhei em uma empresa que era certificada na OHSAS 18001 e lembro que o auditor solicitou o PPRA da empresa, o laudo de Insalubridade, a planilha de perigos e riscos e o mapa de riscos da empresa e por amostragem foi verificando os riscos presentes em um documento e sempre comparando se os riscos estavam presentes nos demais. Infelizmente os documentos não falavam exatamente a mesma língua e como consequência a empresa levou uma não conformidade.
Porém nesta mesma empresa o diretor falava algo que apesar de ser o óbvio em geral não é seguido: não escondam nada do auditor, estou pagando muito caro para ele identificar o que estamos fazendo de errado.
Nesta empresa não fui demitido e o patrão falou que pelo menos aquele erro eu não iria mais cometer e eu ainda complemento que também nunca mais irei esquecer.
Acho que não há dúvidas de que o erro sempre estará presente nas nossas vidas e acredito que ele não precisa viver nas sombras, como um sequestrado em um cativeiro, deixe ele pegar um sol, deixe que os outros vejam os erros.
Mas não vão distorcer minhas palavras, não estou dizendo que devemos errar todo dia e que este é o objetivo do verdadeiro profissional. O coitado do erro nunca será o queridinho da casa, porém se o tratarmos com algum respeito pode vir a nos ajudar a evitar novos problemas e principalmente os mesmos problemas.
Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho