FATIANDO O PEPINO DOS PROBLEMAS ERGONÔMICOS
Olha como é difícil essa história de trabalhar com Ergonomia.
Como sabemos, medicina não é matemática e, algumas vezes, conseguir um diagnóstico sem que haja a possibilidade de discordância é uma missão quase impossível.
Como assim, professor, o senhor discorda do diagnóstico dos médicos?
Não, meu filho, nem posso, mas o que acontece é uma discordância entre eles mesmos. Isso ocorre, pois em alguns casos é bem complicado para o profissional de saúde saber realmente se o trabalhador está com uma lesão, se está simulando, se desenvolveu sintomas psicossomáticos sem lesão envolvida, ou se a dor é apenas decorrente da fadiga do trabalho.
E o pior é que, em geral, com exceção daquele que está simulando, o trabalhador sente realmente dores. Além disso, até o momento eu estava falando da dificuldade do diagnóstico realizado por excelentes médicos, agora imagina o realizado por profissionais desqualificados, que também estão no mercado de trabalho.
Sabe qual a consequência?

Tratamentos inadequados, diagnósticos absurdos e no meio desta discordância, que por vezes ocorre entre o médico do trabalho, o perito do INSS e o médico assistencialista, estão as empresas e os trabalhadores. Estes ouvem diversas versões, mas de forma bem humana, pegam para si aquelas que convergem com os seus interesses. Ou seja, é um “pepino” que não deveria ficar apenas na mão do médico.
Mas, professor, quem faz o diagnóstico não é o médico?
Com certeza, mas precisamos auxiliar o médico do trabalho com informações dos esforços do posto, do histórico do trabalhador, das mudanças no processo etc. O pepino precisa ser fatiado entre o SESMT, o fisioterapeuta, o psicólogo, o profissional do DP e demais profissionais para realizar a tão conhecida multidisciplinariedade da Ergonomia.
Prof. Me. Mário Sobral Jr - www.jornalsegurito.com