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Coração púrpura e a Saúde do Trabalhador

Um dia desses estava lendo um livro que comentava sobre uma medalha do exército americano, conhecida como Coração Púrpura, a referida medalha é concedida em homenagem aos soldados feridos ou mortos na guerra, além de proporcionar alguns benefícios para os veteranos em hospitais.

No entanto, nas guerras mais recentes, vários soldados têm consequências psicológicas decorrentes dos dissabores e sofrimentos nas batalhas e estavam solicitando a medalha e os benefícios agregados. No entanto, o Pentágono (sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos) decidiu que a Coração Púrpura era exclusiva para soldados que tivessem consequências físicas.

Deixa eu interromper, professor, pois já foram dois parágrafos e não vi nada de Segurança do Trabalho. Qual a relação?

Pensa em um cara agoniado, agora está até contando o número de parágrafos sem Segurança do Trabalho. Mas vamos lá, meu filho. A relação é que assim como o pentágono, muitos gestores e, infelizmente, até profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho, consideram doenças decorrentes de problema psicológico como algo menor, muitas vezes considerando que o problema só está ocorrendo porque o trabalhador é fraco ou talvez esteja até simulando uma situação com o objetivo de não trabalhar.

Professor, mas não tem gente que inventa esta história de estresse, síndrome do pânico ou mesmo depressão?

Meu filho, lógico que devem ocorrer alguns casos isolados, mas não podemos generalizar, é fácil perceber que os problemas relacionados à saúde mental dos trabalhadores estão cada vez mais frequentes, é só dar uma olhada nas estatísticas do INSS, que como sabemos ainda são valores subnotificados.

Resumindo, eu queria deixar claro que ao invés de menosprezar este tipo de problema, devemos começar a estudar mais sobre o tema, pois a cada dia teremos maior incidência e só poderemos implantar controles se tivermos mais conhecimento.

Autor: Mário Sobral Júnior – Engenheiro de Segurança do Trabalho

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